Teu rosto, em minha memória, ainda existe
Mas com o tempo, tirano, a perpassar
Por quanto tempo, nítida, esta imagem ainda resiste?
Ao impiedoso desgaste, que na mente vai provocar.
Tão forte e docemente, o quanto podia
Sem se preocupar com a sombra que ali estava
À espreita do fim, e eu não sabia.
Teu cheiro de roça molhada, não me sai da imaginação
Terra fértil, exalando o perfume áspero, do verde capim
Ali mesmo, sentados debaixo do jambolão, perdidos em falação
Ouvi tantas vezes ele repetir: Não chore por mim.
Seus olhos eram cobertos das cores da primavera
Eu o contemplava, e via um gigante invencível
Seu sorriso largo, numa mesa de jogo, só festa era
Quanto tempo ainda resta, para esquecer o inesquecível?
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