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Foto do escritorVelci Ferreira da Silva

Memórias

Atualizado: 8 de jan.

Teu rosto, em minha memória, ainda existe

Mas com o tempo, tirano, a perpassar

Por quanto tempo, nítida, esta imagem ainda resiste?

Ao impiedoso desgaste, que na mente vai provocar.

Tão forte e docemente, o quanto podia

Sem se preocupar com a sombra que ali estava

À espreita do fim, e eu não sabia.


Teu cheiro de roça molhada, não me sai da imaginação

Terra fértil, exalando o perfume áspero, do verde capim

Ali mesmo, sentados debaixo do jambolão, perdidos em falação

Ouvi tantas vezes ele repetir: Não chore por mim.


Seus olhos eram cobertos das cores da primavera

Eu o contemplava, e via um gigante invencível

Seu sorriso largo, numa mesa de jogo, só festa era

Quanto tempo ainda resta, para esquecer o inesquecível?




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